“Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito.
É preciso também que haja silêncio dentro da alma.” (Alberto Caeiro)




31.1.11

SOBRE AQUILO QUE ESCOLHEMOS

Porque você foi presença em minha solidão.
Porque você foi quem me fez escrever.
Porque sempre te vi como a um espelho.
Porque tantos escritos houve, sem que nos responsabilizássemos por eles.

STOP talvez seja uma boa solução para esta canção em looping:
Eu digo que te amo.
Você responde não acreditar no amor.

Insisto no Amor. 
Você, na fuga.
Nunca te quis em uma gaiola.

Toda vez que te vejo.
               que nos abraçamos.
               que seguro as tuas mãos.
E mesmo todas as vezes que te mando à merda.
Tudo parece tão simples.

As palavras quando escritas, porém,
apagam o que eu pensava saber sobre você.
Criam incertezas e distâncias.
Há tanto. Tantas outras além.

Gosto do simples, você sabe.
Beijo de boa-noite.
Café-da-manhã na padaria
(você leria o jornal)

Acreditei (sozinha?)
em nosso impossível e inexplicável.
E desejei - como em uma prece - que pudesse ver por um instante através de meus olhos e meu coração.
Então nunca mais teria de te explicar como me sinto.

Gostaria que alguma vez você tivesse decidido ficar.

Claro está.
Vivemos em mundos diferentes.
No meu, milagres acontecem e 
morrer é condição essencial para ressuscitar.