“Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito.
É preciso também que haja silêncio dentro da alma.” (Alberto Caeiro)




1.10.07

Acordaram.

Não sabiam porque eram ou continuavam amigos.
Naquele instante - o que os manteria unidos era o que nunca fora?
E se fora? Ainda?

Não tenho muitos amigos.
Estranho pensar que só homens.
Interessante porque mulher?
Queria ser... não sabia.
Mais? Quanto?

Não pensaria nisto hoje.
Chateava-se.

Pensavam um no outro – ao mesmo tempo! Na mesma noite!
Coincidência. Existe?

Tinha dificuldades em conversar com ele.
Só às vezes.

Ele perguntava demais. Ficava aflita.
Quem pergunta demais, espera alguma resposta.
Espera?
E se te dou a resposta errada?

Pensou sobre o encontro. Antes.
Imaginou. Sobre o que conversariam? Sobre nós mesmos.

Porque a foto era “minha”? Não gostava.
Nossa. Nossa!
Não estávamos os dois ali? Estavam. Estavam?

Falavam sobre a goiabada...
Como alguém pode não gostar de goiabada?
Meu doce preferido de infância: “Uma afronta!”

Não sabia mais nada sobre ele. Tinha decidido.
Não conseguiria.
“Quem é você? Quem é você? Quem é você?”
Pensava, perguntava, perguntavam, perguntava-se.

Não tive. Teve coragem.
Dizer que havia sonhado com ele? Não podia.
(Não foi! Respondo-te!)

Mas roubei-te um beijo.
Acordei.

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