“Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito.
É preciso também que haja silêncio dentro da alma.” (Alberto Caeiro)




30.10.08

CONTINUIDADE E DESCONTINUIDADE

“Quando abordamos o conhecimento direto das pessoas, um dos dados fundamentais do problema é o contraste entre a continuidade relativa da percepção física (em que fundamos nosso conhecimento) e a descontinuidade da percepção, digamos, espiritual”. (Antônio Cândido)


Ou seja, não somos nunca capazes de abranger a personalidade do outro – descontinuidade – com a mesma precisão com a qual somos capazes de apreender sua configuração externa – continuidade.
Nós seres somos misteriosos e inesperados, não respondemos a lógica e verossimilhança. Há sempre algo de insólito nas pessoas, algo que nos surpreende e, algumas vezes, aterroriza.
Não compreendemos nossa própria lógica e não sabemos como agiremos em cada uma das situações.
A vida é, sim, cheia de surpresas e incoerências, de verdades dolorosas, mas, algumas vezes, libertadoras.

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